Vejo-me numa sala de bambu... olhando a braseira que preparei... em breve o chá estará pronto...
Amanhece e as fitas de luz trespassam os vazios das estacas atadas...
Cara lavada, corpo limpo, alma aberta a cada momento em suspensão...Ergo-me e caminho...sentada movo a porta de papel vegetal...
O silêncio das aves que não habitam os céus...estou no cume da montanha, ouvindo o assobio do vento...respirando a humidade do ar... cada gota de orvalho pousando no rosto, o meu momento de liberdade...
Ao fundo, o sol nasce... o dourado que espreita o horizonte...
"Por isso,
é,
cá dentro,
para lá dos céus,
antes que o mar termine,
nesta imensa confusão
de meridianos
que nos dói e nos deslumbra,
que se aloja o segredo
indecifrável:
a cor, o som, a luz
que nos conforta,
neste intensamente breve
instante
que é o tempo que nos cabe."